domingo, 24 de junho de 2007

Quem compra barato, compra duas vezes...

Lá diz o provérbio que bom e barato é raro, e que o barato sai caro. Mais uma vez os ditos populares comprovam o seu fundo verdadeiro...
Com o intuito de promover a utilização da bicicleta junto dos jovens (e não só), o Instituto da Droga e da Toxicodependência, em conjunto com a Sportis, organizaram um evento em Lisboa, com repetição a realizar no Porto. A ideia desta iniciativa é mostrar às pessoas as múltiplas vantagens da bicicleta, como meio de transporte não poluente aliado à prática de desporto, proporcionando momentos agradáveis através de passeios ao ar livre e em locais habitualmente não percorridos, que resultam numa vida mais saudável, e como tal, numa melhor qualidade de vida. Mas será que a mensagem passou?
Apesar do aparato montado para a cobertura do evento, por parte da estação televisiva independente com sede em Queluz, cujos jornalistas se esforçaram por entrevistar muitos dos participantes no evento, seria de todo impossível entrevistar a multidão de 11 mil pessoas que atravessaram a Ponte Vasco da Gama em direcção ao Parque das Nações. É pena, pois nem uma sondagem serviria para nos apercebermos do número ínfimo de pessoas que sabia realmente para o que havia sido convocado, e por quem. Na verdade, arrisco-me a afirmar que a grande maioria das pessoas apenas se inscreveu porque ouviu falar que, por 50€, teria direito a atravessar a ponte com uma bicicleta que levaria para casa, conjuntamente com o restante material fornecido (capacete, mochila, etc).
Agora façam-se as contas. Todo o material por um preço tão baixo, que nível de qualidade terá? Entre bicicletas que nem saíram do sítio, as que tiveram de parar uma ou mais vezes nos diversos pontos de assistência espalhados pelo percurso, e as que acabaram abandonadas a meio caminho por darem de si antes de atingirem o local assinalado como meta, quantas terão chegado realmente inteiras ao destino final traçado por quem participou no evento? E dessas, quantas voltarão a ser utilizadas algum dia, quer porque não têm condições para novo passeio, quer porque o seu dono esqueceu, ou nunca soube, a tal mensagem que motivou a realização do evento? Se alguém abriu os olhos com a iniciativa, e até pretende continuar com os passeios de bicicleta, então terá de comprar uma, pois esta era descartável...

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